Origem
O topônimo Lavras da Mangabeira é uma alusão à atividade que foi exercida no local, a mineração, e o nome da árvore abundante na região, a mangabeira (Hancornia speciosa). Sua denominação original era São Vicente Ferrer de Lavras de Mangabeira, depois São Vicente das Lavras, Lavras e, desde 1911, Lavras da Mangabeira.[5]
História
As terras localizadas às margens do Jaguaribe-Mirim ou rio Salgado, eram habitadas pelos índios de diversa etnias tais como os Kariri, os Guariús.[6][7]
Com a definitiva ocupação do território de Ceará no século XVII, na região dos Cariris, chegaram diversas entradas. Os integrantes das entradas, militares e religiosos, mantiveram os primeiros contatos com os nativos, estudaram as tribos, catequizaram os indígenas e os agruparam em aldeamentos ou missões.
Os resultados destes contatos e descobrimentos desencadearam notícias que na região das Minas de São José dos Cariris Novos (atual município de Missão Velha), tinha ouro em abundância e em seguida desencadeou-se uma verdadeira corrida para os sertões brasileiros, onde famílias oriundas de Portugal, sonhando com as riquezas de terras inexploradas e com a esperança de encontrar o minério, que as levariam a aumentar o seu patrimônio material, além de aumentar o seu prestigio pessoal com a corte portuguesa.
A busca do metal precioso, nas ribanceiras do Rio Salgado, trouxe para a região do Sertão do Cariri, a colonização e com consequência a doação de sesmarias, o que permitiu o surgimento de lugarejos e vilas.
A febre do ouro durou até a segunda metade do século XVII. Várias prospecções se realizaram, porém em vão, uma vez que a extração de referido minério se tornou onerosa às Cortes de Lisboa, que determinaram a sua suspensão, em 1758.
Essas aventuras auríferas que se fizeram, entre outros, nos sítios Fortuna, Oiteiro, Barreiros e Morros Dourados e, especialmente, no lugar denominado Boqueirão de Lavras; a criação da capela de São Vicente Férrer, foram as bases que deram início ao centro urbano que hoje chama-se Lavras da Mangabeira.
Com a expansão da Estrada de Ferro de Baturité até a cidade do Crato, em 1917, no município de Lavras da Mangabeira, foram inauguradas três estações de trem (Arrojado, antigo Paino); na cidade de Lavras; e em Iborepi (antigo Riacho Fundo).[8][9][10] Esta malha ferroviária representou o impulso para a economia local, principalmente porque a partir da estação de Paino ou Arrojado, o Ceará ficou ligado à Paraíba via o Ramal da Paraíba.[11]
Famílias que vieram a Lavras da Mangabeira em busca do ouro, estabeleceram-se de modo a constituir essa cidade e consolidar sua própria história. Buscando conservar seu sangue, herança genética e seus sobrenomes, mantiveram uniões entre certas famílias e podem ser observados como verdadeiros clãs, que ainda hoje conservam esses padrões e moram ou mantém fortíssimas ligações com a cidade e entre sua família.
Geografia
Cultura
Os principais eventos culturais são: a festa do padroeiro, São Vicente Ferrer (5 de abril e a SEACE(Semana de Arte Cultura e Esportes) comemorada todo ano na semana de aniversário da cidade. (20 de Agosto) Vale destacar também as festas dos padroeiros dos distritos, como São José em Amanuituba e são Francisco copadroeiro, São Sebastião em Mangabeira, Nossa Senhora do Rosário em Quitaius, Coração de Jesus em Arrojado que também comemora o São Pedro, e Nossa Senhora das Candeias em Iborepi. Alguns nomes da música em Lavras da Mangabeira animam os finais de semanas, como Viquinho e seus teclados, Rosivan, Nailton, Ciço Lifrat, Juscelino, Ivo Teles & Darly, Luis Seresteiro, Forrozão Gata Moral . Poetas como Zé Teles, Manoel de Mundoca, Mundoquinha, Zael de Besouro, Valdir Teles, e o maior poeta Joca do Arrojado e seu neto Arthur Antunes( o maior compositor de Lavras da Mangabeira)| e residem no distrito de Arrojado enriquecem a cultura lavrense. Outros saíram de Lavras (Distrito de Mangabeira), mas continuam ligados ao município, como é o caso do acordeonista, cantor e compositor Matheus Ribeiro, que atualmente reside em Fortaleza e tem levado por onde passa o nome de sua cidade natal, compondo até canções onde fala de suas raízes.
Divisão Política
A administração municipal localiza-se na sede, Lavras de Mangabeira. O atual prefeito da cidade é Ildsser Alencar Lopes. A maior concentração populacional encontra-se na zona rural. A sede do município dispõe de abastecimento de água, fornecimento de energia elétrica, serviço telefônico, agência de correios e telégrafos, serviço bancário, hospitais, hotéis e ensino de 1° e 2ºgrau.[14]
A partir de Fortaleza, o acesso ao município pode ser feito por via terrestre através da rodovia Fortaleza/Russas/Icó/Ipaumirim (BR 116) e a rodovia Lavras da Mangabeira/Várzea Alegre/Farias Brito/Crato (BR 230, a mesma Transamazônica que começa em Cabedelo e vai até à Amazônia). As demais vilas, lugarejos, sítios e fazendas são acessíveis (com franco acesso durante todo o ano) através de estradas estaduais, sendo elas rodovias asfaltadas ou estradas carroçáveis.[16]
A economia local é baseada na:
Agricultura: algodão arbóreo e herbáceo, banana, milho, feijão e arroz;
Pecuária: bovinos, suínos e avícola.
Indústria: oito indústrias, sendo quatro de produtos alimentares, uma de química, uma de produtos minerais não metálicos, duas de vestuário, calçados e artigos de tecidos, couros e peles.[17]
Turismo
O turismo também movimenta a cidade devido as suas belezas naturais, com destaque especial ao Boqueirão e a sua gruta, que além de ser um local de imensa beleza, é um objeto de estudo que recebe estudiosos e diversas escolas do interior do estado, para conhecer sua impressionante formação geográfica e histórica, sendo um alvo de lendas que compõe a história da cidade.