Origem
O topônimo "Icó" pode ser uma alusão a:
uma palavra da língua tapuia, onde i (água) + kó (roça), tornando "água ou rio da roça";
uma das tribos que habitavam às margens do rio Salgado, denominada ikó;[6]
uma planta que poderia ter existido em abundância na região, o icozeiro, da família das caparidáceas (Capparis yco), cujo fruto é o icó. O Icozeiro é uma planta do Bioma Caatinga, produz um fruto amarelo. Em certos locais, formam-se pequenas matas deste arbusto.
Sua denominação original era "Arraial do Poço", depois "Povoação do Salgado", "Arraial da Senhora do Ó", "Arraial Velho", "Ribeira dos Icós", "Arraial Novo", "Arraial da Ribeira dos Icós", "Icós" e, desde 1860, "Icó".[
História
As terras entre as serras do Cafundó, Camará e às margens do rio Salgado eram habitadas por diversas etnias tapuias, entres elas os icó, icozinho, janduí e quixelô.[8][9]
A colonização das terras de Icó data do final do século XVII e início do século XVIII. Os primeiros colonizadores da cidade eram conhecidos como "os homens do (Rio) São Francisco", que faziam parte de uma das frentes de ocupação do território cearense, a do "sertão-de-dentro", dominada pelos baianos, que serviu para tentar ocupar todo o interior cearense.
A entrada de Bartolomeu Nabo Correia e mais 40 homens, chegou em 1683 e deu início à povoação conhecida como "Arraial Novo dos Icós", a sua primeira fase. Numa segunda fase, famílias se instalaram através das sesmarias e assim surgiram dois povoados às margens do rio Salgado: o "Icó de Baixo" e o "Icó de Cima". Ambos, povoados dominados pelos membros das famílias Fonseca e Monte, respectivamente. Devido às constantes inundações, o povoado que prevaleceu foi o "Icó de Cima".[10] Tanto na fase de descobrimento quanto na de assentamento, os conflitos com os índigenas foram constantes, até que a Igreja Católica interveio e conseguiu um tipo de pacificação.[6]
A povoação foi elevada a vila em 1738, a terceira vila do Ceará, logo após Aquiraz e Fortaleza. Em 1842, obteve a categoria de cidade. Devido a sua importância econômica, Icó foi uma das cidades que tiveram projetos urbanísticos planejados na corte, Lisboa.[10]
Com a intensificação e o sucesso da indústria do carne-seca e do charque no Ceará, Icó destacou-se durante esta áurea época como um dos três centros comerciais e de serviços do estado, juntamente com Sobral e Aracati, devido a abundância de água, localização estratégica na rota das boiadas. A "Estrada Geral do Jaguaribe" escoava as boiadas entre as fazendas de gado do Sertão do Cariri ao porto e centro de salgagem da carne salgada de Aracati. A "Estrada das Boiadas" ou "Estrada dos Inhamuns" escoava o gado e os produtos entre a Paraíba e o Piauí.[10]
A partir do século XIX, com o final do Ciclo da Carne do Ceará, as plantações de algodão e café foram implementadas. Já na segunda metade deste a iluminação pública foi instalada..[10] Mesmo assim, Icó enfrentou um processo de degradamento político e econômico devido ao crescimento da importância política do Crato[10] e depois com a expansão da Estrada de Ferro de Baturité até a cidade do Crato em 1910, o que favoreceu o comércio de Iguatu.[11]
Na primeira metade do século XX, Icó volta a ter importância devido ao projeto de combate às secas com o Açude Lima Campos e a BR-116.
Geografia
Cultura
Cultura
Os principais eventos culturais são:
Festa de Nossa Senhora Santana (17 a 26 de julho),
Independência do Brasil (07/setembro),
Semana do Município (30/04 a 04/05 de Maio),
Festa do Senhor do Bonfim (22 de dezembro a 6 de janeiro),
Festa de São Sebastião - Distrito sede de Lima Campos (10 a 20 de Janeiro- podendo variar de data)
Festival junino (junho),
Arraiá dos Compadres GG- Lima Campos (Mês de Junho)
Festival do Milho Verde de Malhada Vermelha (abril),
Festa de Nossa Senhora da Expectação "Ó" (18/dezembro),
Forricó (julho)
Icozeiro (Dezembro)
Grupos de Teatro
Na Cidade de Icó se destacam seis grupos de Teatro que são:
• Cia. Wsa do Teatro
• Cia. 3Avits
• Cia. da Gemma
•Grupo de Teatro Arte da Ribeira
• Sinceratos
• Grupo Vassoura da Arte
Sendo os seis os grupos que movimentam o teatro Icoense e alguns levando também o nome da cidade para todo o Nordeste.
Divisão Política
A administração municipal localiza-se na sede: Icó.[6]. A maior concentração populacional encontra-se na zona rural. A sede do município dispõe de abastecimento de água, fornecimento de energia elétrica, serviço telefônico, agência de correios e telégrafos, serviço bancário, hospitais, hotéis, ensino de 1° e 2° graus e a Faculdade Vale do Salgado (FVS) e a Universidade Federal do Cariri (UFCA).[12]
A partir de Fortaleza o acesso ao município, pode ser feito por via terrestre através da rodovia BR-116. As demais vilas, lugarejos, sítios e fazendas são acessíveis (com franco acesso durante todo o ano) através de estradas estaduais, asfaltadas ou carroçáveis.[15]
A economia local é baseada na agricultura: algodão arbóreo e herbáceo, banana, milho, feijão, mandioca, cana-de-açúcar, castanha de caju e frutas diversas; pecuária: bovino, avícola, ovino, caprino e suíno. Ainda existem vinte e nove indústrias: quatro de perfumaria, sabão e velas, uma de química, dez de produtos alimentares, três de madeira, quatro de produtos minerais não metálicos, seis de serviços de construção, uma de vestuário, calçados e artigos de tecidos de couro e peles.[16]
O extrativismo vegetal também é presente na fabricação de carvão vegetal, extração de madeiras diversas para lenha e construção de cercas. A atividades da extração da oiticica e carnaúba é amplamente explorada. A confecção de artesanato de redes, chapéus-de-palha e bordados destaca-se também como fonte de renda. A extração de rocha para cantaria, brita e usos diversos na construção civil é uma das atividades de mineração. A piscicultura é desenvolvida nos açudes locais, principalmente no açude Lima Campos.[12]
O turismo também é uma das fontes de renda, devido a belezas naturais, como o rio Salgado e em destaque pelo sítio histórico barroco oriundo do ciclo do charque e carne-seca, época de que esta cidade foi entreposto entre as capitais e o interior do Nordeste. O sítio arquitetônico de Icó, faz parte do Patrimônio Histórico Nacional.[17] O município é dividido em sete distritos: Icó (sede), Cruzeirinho, Três Bodegas, Icozinho (em processo de emancipação), Lima Campos (em processo de emancipação), Pedrinhas e São Vicente .[14]